Suas emoções estão desbalanceadas? Veja essas dicas e regule-se!

21/05/2022

Aprenda a regular suas emoções e viva melhor!

Sabe aquele dia em que dá tudo “errado” e em que parece que não conseguimos dar respostas condizentes com a situação? É como se estivéssemos dirigindo um carro numa via bastante movimentada, mas sem conseguirmos ter controle do nosso próprio veículo. Quando isso acontece, é sinal de que estamos desbalanceados e, mesmo adultos, podemos fazer birra ou explodir por qualquer coisa sem nenhuma estabilidade emocional.

É esperado que uma pessoa adulta possa cuidar das próprias emoções, mas nem sempre é isso o que acontece. O pior é que as explosões emocionais podem gerar arrependimentos ou, em situações mais graves, até problemas judiciais. Ao longo do tempo, pode produzir uma imagem pessoal muito negativa e afastar as suas amizades e relações mais próximas. Esses são exemplos de desregulação emocional, que pode ser entendida como a dificuldade ou inabilidade de lidar com as experiências ou processar as emoções.

A desregulação pode se manifestar tanto como intensificação excessiva quanto como desativação excessiva das emoções. Já a autorregulação emocional pode ser definida como a capacidade de administração de nossos pensamentos, emoções, ações e motivações por meio de estratégias pessoais que permitam o atingimento de nossos objetivos sem nenhum resultado indesejado. Com essa habilidade, conseguimos analisar o ambiente antes de dar uma resposta, promovendo uma boa adaptação de nossos interesses a ele. Trata-se de aprendermos a pensar nas coisas antes de falar, racionalizar a emoção para evitar que se desdobre e se transforme em ansiedade ou adquirir recursos próprios para aprendermos a administrar os nossos comportamento e emoções conosco mesmos.

Segundo Daniel Goleman, em sua obra “Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser”, a autorregulação emocional é considerada um dos componentes da Inteligência Emocional, que por sua vez diz respeito às habilidades que as pessoas possuem de identificar, nomear e agir em relação aos próprios sentimentos e aos de outras pessoas.

Segundo seus estudos, várias habilidades que possuem um papel importante na autorregulação, entre elas:

- Autoconhecimento: reconhecimento de si, de suas forças e fraquezas;

- Metacognição: consciência e capacidade de refletir sobre o próprio pensamento;

- Autocontrole: a habilidade para manter o foco e direção da ação;

- Automotivação: impulso para perseverar no que se pretende conseguir, mantendo o otimismo e entusiasmo de forma autônoma;

- Autoestima: confiança nas próprias capacidades para atingir as metas definidas;

- Autoavaliação: supervisão do próprio comportamento;

- Flexibilidade mental: capacidade de adaptação do comportamento às condições do meio em constante mudança.

O que podemos fazer, então, para conseguir a regulação de nossas emoções, nossa autorregulação emocional? Seguem algumas dicas:

  1. Segure seu impulso para agir imediatamente. Comportamentos impulsivos são o gatilho da desregulação emocional. Pratique a postura assertiva de primeiro avaliar o que houve, depois agir ou falar. Conte até 50 e se retire do local, se for possível. Ou tenha uma frase coringa como: “Eu preciso de um tempo para avaliar e depois te darei uma resposta mais embasada”.
  2. Treine para identificar suas emoções no momento em que ocorrem e ANTES de agir com base nela. Uma das formas de se fazer isso é escrever como está se sentindo, pois o processo de escrita ajuda a clarear as ideias. Um exemplo: “Estou com raiva de fulano por ter discordado de mim na reunião. Na verdade, não é só raiva, acho que é inveja por ele ter conseguido uma promoção que não julgo justa há alguns dias. Ele nem foi desrespeitoso comigo, tem o direito de discordar”.
  3. Aceite incondicionalmente a emoção que está sentindo. Não significa que estão corretas, mas sem aceitação não há possibilidade de evolução. Exemplo: “Não costumo sentir inveja, mas nesse caso estou sentindo sim, pois imaginei que a promoção seria para mim”.
  4. Force a flexibilidade para agir de forma apropriada a cada situação, através de estratégias bem pensadas e usando a comunicação assertiva. Existem muitas ferramentas emocionais para se conseguir agir assim.

Então, se precisar, procure ajuda especializada. Sem a autorregulação emocional, certamente cometeremos vários “acidentes” por aí. Regule-se e viva bem! 

Até a próxima!
Cuide-se bem, sempre!

 

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Carina Roma é Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga e Especialista em Dependências Tecnológicas. Atua há 16 anos como Psicoterapeuta de jovens e adultos e Orientadora de Pais e Educadores. Conta com mais de 10 mil horas de atendimento a clientes de mais de 10 países. É casada há mais de vinte anos e tem três filhos, dois deles biológicos que hoje são adolescentes – Artur e Henrique - e uma do coração, na verdade sua irmã Natália que tem Síndrome de Down, mas que é considerada como filha querida desde que passou aos seus cuidados. Seu principal foco de trabalho é ajudar a melhorar a saúde mental e emocional das pessoas na nova era digital.